quinta-feira, 17 de março de 2011

Otimismo

Ele aumenta sua expectativa de vida e a capacidade de dar a volta por cima






Você já se perguntou se o otimismo tem o lugar que merece em sua vida? Nós sabemos que esse tema é um pouco controverso. Tem a turma que acha que não passa de "conversa fiada" dos livros de autoajuda, enquanto outra acredita que esse sentimento é sim um ingrediente essencial para levar uma vida mais saudável. Mas, o que seria exatamente uma pessoa otimista? "É aquela que tem a disposição interna de enxergar o lado bom em tudo e sempre acredita numa solução favorável a qualquer situação", define a psicóloga Sylvia Sabbato especialista em psicodrama. "O otimismo se manifesta também na maneira que a pessoa tem de encarar as adversidades. Tudo o que a pessoa vê ou passa durante a vida é filtrado por esse seu estado otimista de ser", aponta a especialista.






A ciência vive tentando explicar a real influência do otimismo sobre as nossas vidas. Uma pesquisa publicada na Current Directions in Psychological Science sugere que os bons pensamentos podem ser um poderoso antídoto para o estresse, a dor e as doenças. De acordo com os pesquisadores, existem vários caminhos através dos quais uma atitude positiva pode retardar o aparecimento dos problemas de saúde. Por exemplo, as pessoas mais felizes podem ter uma postura mais pró-ativa com relação ao envelhecimento, e por isso se exercitam regularmente. Segundo a pesquisa, essas pessoas também podem evitar comportamentos menos saudáveis, como fumar.

E por que isso poderia ser considerado ruim? Os que criticam afirmam que o otimismo costuma fazer parte de uma ilusão de "vida perfeita" tornando-se, por sua vez, uma espécie de fuga da realidade. O otimismo benéfico não pode ser uma visão errônea de que tudo é perfeito e não há problemas. Ele deve ser baseado no que é real. Não do modo: "Terei dinheiro, vou apenas desejá-lo com a força do pensamento positivo ou algo do gênero". O otimismo deve ser uma forma positiva de enfrentar os problemas dentro das possibilidades reais. "Caso contrário, realmente é uma fuga, um mecanismo de defesa", ressalta a psicóloga Samia Maluf. Na opinião da especialista o otimismo é uma forma muito benéfica, em todos os sentidos: emocional, mental e orgânica.

 
Quem é um otimista?



O otimismo é uma característica de uma pessoa. Para quem a possui, é natural ter pensamentos positivos e favoráveis. Um exemplo de quem vive assim? "A pessoa otimista assiste aos noticiários e sua atenção, qualidade cognitiva seletiva, volta-se aos aspectos bons das notícias", explica a especialista Sylvia Sabbato. Por exemplo: em vez de concentrar a atenção nas pessoas que choram, que perderam seus pertences com as chuvas, eles concentram sua atenção nos voluntários e na beleza da solidariedade.

 
Não desanime se você não é nem um pouco assim. O otimismo pode ser exercitado. A pessoa que está aprendendo a ter essa característica também pode optar em concentrar sua atenção nos aspectos positivos de uma notícia, de seu país e de sua vida. "Todos nós passamos por momentos desfavoráveis e o otimista também. Só que, felizmente, ele se reergue mais facilmente perante às adversidades, pois o otimismo afeta diretamente outra característica muito importante para vivermos atualmente: a resiliência (termo emprestado da física pela psicologia, que significa a capacidade de voltar ao estado emocional anterior, após uma experiência dolorosa, traumática ou desagradável)", conclui Sylvia. A seguir, conheça os benefícios do otimismo e faça sua escolha.

Otimistas vivem mais





O pensamento positivo é um aliado da longevidade. Estudos recentes da Universidade de Kentucky e de Yale, nos Estados Unidos, constataram que pessoas otimistas apresentam uma maior expectativa de vida, podendo viver cerca de 6 a 10 anos a mais do que as pessoas negativas. Quer usufruir desses benefícios? A psicóloga Sylvia Sabbato afirma que para isto, seria necessário aprender a ser otimista. Quem não traz essa característica como herança genética ou psicológica familiar pode aprender a ser otimista imitando os exemplos, convivendo com pessoas otimistas e até se submetendo a tratamentos psicológicos.

 
Um outro estudo publicado no jornal da Associação Americana de Psicologia concluiu que os idosos otimistas apresentam menor declínio físico e se mantêm saudáveis por mais tempo do que aqueles que não tem essa característica . É importante cultivar esse estilo de ver a vida nessa faixa etária, principalmente porque ele gera boas emoções e favorece novas ideias.

"O idoso que tem boas emoções alimenta projetos para a terceira idade, mesmo que o projeto seja "ter uma velhice feliz". Novamente, ocorre o processo de liberação de substâncias saudáveis no organismo, por meio dos sistemas imunológico, fisiológico e endócrino, atuando diretamente na saúde física, proporcionando, assim, um atraso no declínio físico desses idosos", explica Sylvia Sabbato.




 

Uma pesquisa publicada na revista científica Pediatrics mostra que o otimismo em jovens protege contra a depressão, pois confere mais autoconfiança e diminui os pensamentos negativos.

Durante a adolescência, uma área do cérebro responsável pelo prazer, chamada de "sistema de recompensas" fica diminuída (a partir de 11 anos em meninas, e 13 em meninos), para que eles se desinteressem de temas infantis e busquem temas mais maduros. É isso que causa o famoso tédio no adolescente. "É muito importante que o otimismo, a sensação de que tudo vai dar certo, esteja presente na vida desses jovens. É isso, além da maturação biológica e da vida em família, que vai garantir que o jovem não se envolva com drogas, álcool e situações de risco. O jovem otimista se vê vencedor no futuro e busca esse caminho", adverte a psicóloga Sylvia Sabbato.
Segundo o neuropsiquiatra Paulo André Issa, o otimismo é uma das armas para lutar contra a depressão e também de preveni-la, pois evita o estresse que é um dos principais precursores desta doença. Entretanto, o especialista ressalta que não se pode afirmar que somente o otimismo será garantia de não desenvolver depressão, pois a doença é multifatorial. Para desenvolver este quadro, há a interferência de diversas causas, entre elas a influência genética.










Jovens com mais autoestima

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